Já imaginou praticar o basquetebol em uma cadeira de rodas, jogar bocha sentado no chão e jogar futebol sem enxergar absolutamente nada? Os visitantes da Reatech podem experimentar essas sensações e sim, se divertir bastante. O estande do Comitê Paralímpico Brasileiro é com certeza um dos mais procurados do evento, a Arena Paralímpica.
De forma totalmente gratuita, as pessoas estão participando dessas três modalidades durante todos os dias do evento, que segue até sábado no São Paulo Expo. No local, os instrutores explicam as regras e a dinâmica de cada esporte, depois é literalmente colocar a mão ou os pés para jogar a prática escolhida.
No basquetebol, as pessoas sentam em uma cadeira de rodas apropriada para o esporte e precisam quicar a bola duas vezes, antes de andar ou tentar o arremesso ao cesto. Na bocha, são dois pares de bolas com cores e pesos diferentes no qual os participantes precisam arremessar as bolas (com diferença de peso, as mais pesadas são usadas para afastar a bola adversária e as mais leves para aproximar do alvo) e no futebol para cegos, os participantes são vendados e experimentam a sensação de jogar futebol sem ver nada, ouvindo apenas as orientações do goleiro e o barulho de um guizo que fica dentro da bola.
“O público está adorando a Arena Paralímpica, estamos abertos a todas as pessoas com ou sem deficiência. Elas aprendem as modalidades e acabam se divertindo muito, não temos limites de idade, eu aconselho às pessoas virem e praticar, pois só assim, participando da experiência, elas conseguem entender como é o esporte paralímpico. No futebol, por exemplo, as pessoas acham que irão conseguir jogar, fazer gols e quando começa, sem poder ver nada, ficam paradinhos, procurando a bola onde ela não está, é muito divertido”, comentou Ketlen de Souza, uma das instrutoras da Arena.
Além da Arena Paralímpica, a Reatech 2023 também tem como opção para os amantes de esportes a Arena ADD (Associação Desportiva para Deficientes). No local acontecem disputas em alto nível de atletas paralímpicos e também demonstrações. São duas quadras de tamanho oficial, com diferentes modalidades, com instrutores e atividades durante todos os dias. Na quinta-feira, a Arena foi palco da solenidade de abertura dos III Jogos Paradesportivos da ADD, com a participação de paratletas de diferentes partes de São Paulo.
“Fizemos questão de trazer a abertura dos jogos para a Reatech, com equipes convidadas, teremos o vôlei sentado, 3×3 de basquete, rugby, futebol de nanismo que será apresentado pela primeira vez no evento, o futebol de down, e aqui intercalamos esportes de alto rendimento para atletas paralímpicos e esportes de demonstração, mas com o tempo todo interagindo com o público da feira que podem praticar todas as modalidades que os atletas fazem na quadra. O esporte é tão bacana e inclusivo que as pessoas com deficiência se sentem acolhidas e iguais”, explicou Eliane Miada, diretora geral da ADD.
Brasil é um dos grandes destaques no esporte paralímpico
O Brasil é uma das maiores potências do esporte paralímpico mundial. Na última edição dos jogos paralímpicos, os atletas brasileiros ficaram em sétimo lugar na classificação dos jogos de Tóquio 2020, alcançando a marca de 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. Com esses números, o Brasil já superou a marca de 100 medalhas de ouro na história dos jogos. A próxima Paralimpíada acontece em Paris em 2024.