Futebol de pessoas com nanismo busca visibilidade
Dois times de pessoas com nanismo realizaram uma partida de futebol bastante disputada na quadra de esportes da Reatech 2023. A iniciativa é do Instituto Nacional de Nanismo, parceiro do evento, que viu uma oportunidade de dar visibilidade à modalidade que ainda engatinha no Brasil e sofre com a falta de patrocínio e estrutura.
Fernando Vigui, líder do movimento Nanismo Brasil, que oferece apoio a adultos com nanismo, lembra que tudo começou por brincadeira. “Como todo brasileiro, sempre gostei de bater uma bolinha e resolvi, junto com amigos, formar um grupo para jogarmos”.
O movimento cresceu e começaram a surgir pequenos torneios. “Hoje já temos o campeonato brasileiro de nanismo e a Seleção Brasileira vai participar da Copa do Mundo que acontecerá em Buenos Aires, Argentina, entre 4 e 14 de novembro”, afirma.
O futebol de nanismo faz parte do Projeto BRASA, iniciado em 2017 no Rio de Janeiro. Anteriormente, o programa era focado no futebol como ferramenta de inclusão. Neste ano, o Projeto BRASA expandiu-se e foi criada a ABEN – Associação Brasileira de Esportes para Pessoas com Nanismo que contempla, além do futebol, outras modalidades paradesportivas.
Jogador da seleção, Simon Pacheco conta da dificuldade em participar de campeonatos devido à falta de apoio e de patrocínio. Mas garante que a meta é conseguir a inclusão do futebol de nanismo nas Paralimpíadas. “Queremos que o Comitê Paraolímpico Internacional reconheça a modalidade e a inclua na próxima edição”, afirma.
Espaços de terapia com animais atrai grande público e comove visitantes da Reatech
É com lágrimas nos olhos que muitas mães, familiares e amigos recepcionam as pessoas que saem do espaço de demonstração da Equoterapia, no qual têm a oportunidade de montar e dar uma volta a cavalo. Keity Santana, de 28 anos, que é cega, se disse muito emocionada com a experiência. “Parece que você está flutuando”, descreve ela, que elogia as atividades da feira. “Estou gostando muito desta edição. Já visitei estandes com impressão 3D, com brinquedos em braille. Está sendo uma experiência muito boa.”
Para Alessandra Ferraz, 42 anos, foi a segunda vez que montou um cavalo. “Faz 13 anos que tenho a perna amputada e, desde então, só havia montado uma vez, mas ainda sem a prótese que uso hoje. Nesta segunda vez foi muito mais interessante, uma sensação diferente, com muito mais segurança”, avalia. “Venho todos os anos na Reatech e estou achando esta edição muito dinâmica e até com mais acessibilidade. Está bem tranquilo para se locomover e as filas estão bem rápidas.”
O espaço de Equoterapia está ao lado da Fazendinha, outro espaço no qual o público pode interagir com diversos animais. Ambos são organizados pelo GATI (Grupo de Abordagem Terapêutica e Integrada). A chance de ver a filha de 4 anos interagir com animais como coelhos, jabutis, cães, porquinhos da índia, entre outros, também deixou emocionada Sandra Rocha, mãe de Kivya, criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista). “A experiência na fazendinha foi ótima, porque ela adora bichos e pôde brincar com os cachorros, com os coelhos”, explica Rocha. “A reação dela com os animais foi linda, ela ficou super à vontade. Eu só tenho a agradecer por esse evento que mostra que o mundo está olhando as nossas crianças atípicas e a gente precisa muito desse apoio.”
Extremamente entusiasmado, Luis Gustavo, de 8 anos, também com TEA, se apressa em dizer que os animais de que mais gostou foram o coelho, o jabuti e os cachorros. Sua mãe, Simônica Correia, descreve a experiência como maravilhosa. “Todos são muito amáveis e os animais muito dóceis e amorosos. São animais que ajudam bastante na terapia. É a minha primeira vez na Reatech e a feira está fantástica, com muita tecnologia e novidades. Estou amando e ele está muito animado, muito curioso para ver tudo.”
O sucesso dos espaços para terapia de animais foi reforçado por Liana Pires, diretora do GATI Equoterapia e representante da ANDE (Associação Nacional de Equoterapia).“Em apenas um dia, fizemos mais de 650 cadastros na visitação dos dois espaços. Minha impressão é que este ano a feira superou as expectativas”.
Aplicativo do ICOM facilita dia a dia das pessoas surdas
O ICOM é a principal plataforma digital do País de tradução simultânea em Libras desenvolvida pela AME, que ajuda o surdo na comunicação com os ouvintes, ou seja, pessoas que não são surdas. “Imagina uma pessoa que chega em qualquer estabelecimento, por exemplo cartório, banco e hospital e não tem ninguém que conheça os sinais em Libras”, conta Caio Godoi, diretor Comercial do ICOM. Por isso, os serviços prestados pelo ICOM têm alcançado cada vez mais empresas, como as Ubs e Upas – Unidades de Pronto Atendimento da Prefeitura de São Paulo.
Godoi explica que é muito fácil usar o aplicativo. “O surdo chega no estabelecimento e escaneia um QR Code com o seu celular e já aparece na tela dele, com o tempo de atendimento de até 90 segundos para que o intérprete de língua de sinais faça uma conexão visual com o surdo. A partir dessa interação, a nossa equipe de atendimento consegue captar o áudio, em tempo real, e passar as orientações. É uma comunicação simultânea”.
Assim, a plataforma oferece mais autonomia para esse público, facilitando o seu dia a dia, inclusive em situações de lazer. “Se a pessoa quer comprar um cachorro quente ou encontrar um amigo num local”, explica Godoi. Basta baixar, gratuitamente, o aplicativo no Google Play ou na Apple Store. Quem paga pelo serviço é a empresa parceira do ICOM.
Para ampliar a rede de usuários do aplicativo, o ICOM tem feito parcerias com as empresas e os órgãos públicos. “Embora o ICOM seja bastante conhecido, com uma base de mais 150 mil surdos cadastrados, ainda temos no Brasil mais de 3 milhões de surdos. Por isso, estar na Reatech é importante para apresentar os nossos serviços, pois muitas pessoas ainda não conhecem”, afirma Godoi.
Tecnologia assistiva garante melhor qualidade de vida
No cenário atual, as novas tecnologias têm desempenhado um papel fundamental na vida de pessoas com problemas provocados principalmente por acidentes, proporcionando avanços significativos na área da reabilitação. Por meio de inovações surpreendentes, indivíduos que anteriormente enfrentaram grandes desafios agora têm acesso a soluções que ampliam suas habilidades e melhoram sua qualidade de vida.
A conclusão é da fisioterapeuta, Ana Karla Pedrosa, que falou sobre Novas Perspectivas da Tecnologia Assistiva na Fisioterapia Neurofuncional, durante o Tecfisio/TO – Seminário de Tecnologias Avançadas em Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com a curadoria do Crefito 3. “Há algum tempo atrás, uma pessoa que tivesse sofrido um AVC possivelmente iria ficar reclusa em casa. Mas hoje, a tecnologia tem possibilitado que possa se reintegrar à sociedade e ter uma vida mais ativa”, disse.
Além de exoesqueletos, as próteses inteligentes têm revolucionado a vida de amputados. Equipadas com sensores e sistemas de controle avançados, essas próteses são capazes de replicar de forma mais natural os movimentos do membro ausente. Algumas próteses até mesmo permitem a conexão com os nervos do usuário, proporcionando uma maior sensibilidade e percepção tátil.
“As tecnologias complementam a terapia, facilitando a simulação de situações reais com segurança, como a realidade virtual e aumentada. Óculos e bengalas especiais também auxiliam pacientes com Parkinson e problemas de mobilidade”, analisa Ana Karla.
Serviço:
Reatech 2023 – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade
Data: 4 a 7 de outubro
Horário: das 13h às 20h nos dias 4, 5 e 6; das 10h às 19h no dia 7
Local: São Paulo Expo – Pavilhões 3 e 4
Endereço: Rodovia dos Imigrantes, 1,5 km – Vila Água Funda, São Paulo – SP
Transporte gratuito com início 1 hora antes até 1 hora depois do funcionamento da feira. Saída da Estação de Metrô Santos-Imigrantes – R. Engenheiro Guilherme Winter, s/nº.
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Sobre a Fiera Milano Brasil
A Fiera Milano Brasil é a filial brasileira da Fiera Milano, um dos maiores players de feiras e congressos do mundo que a cada ano atraem aproximadamente 30 mil expositores e mais de cinco milhões de visitantes. No Brasil, são realizadas sete feiras que representam os mais diversos segmentos da economia, como segurança, energias limpas e renováveis, tubos e conexões, cabos, saúde no trabalho, tecnologias em reabilitação, inclusão e acessibilidade, entre outras. Entre as principais marcas do portfólio estão Exposec, Fisp, Fire Show, Congresso Ecoenergy, Reatech, Tubotech e wire South America. Mais informações: www.fieramilanobrasil.com.br
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