A Reatech Brasil está chegando e é hora de conhecer o que há de mais inovador no mercado. A maior Feira de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade da América Latina acontece em São Paulo (SP), de 04 a 07 de outubro, e é o palco escolhido pela Colibri Interfaces para apresentar ao mundo sua nova criação: o dispositivo comunicador Conversia.
“Imagine uma pessoa que perdeu a voz e os movimentos do pescoço para baixo voltando a se comunicar por meio de quaisquer movimentos residuais, não apenas da cabeça, mas também de qualquer parte do rosto. O Conversia transforma gestos como abrir e fechar boca, sorrir, fazer beijo, piscar olhos, dentre vários outros, em frases completadas rapidamente via inteligência artificial avançada e vocalizadas pelo equipamento com uma voz sintetizada que pode até mesmo imitar o timbre que a pessoa possuía. Imagine o impacto dessa tecnologia brasileira para as milhões de pessoas no mundo que hoje estão nessa condição”, explica Adriano Assis, CEO da Colibri.
Como funciona?
Segundo produto do portfólio da startup mineira Colibri, o Conversia é uma espécie de tablet que combina todas as tecnologias de interação e comunicação alternativa em um único aparelho.
Por meio do reconhecimento do rosto, captado em tempo real pela câmera do equipamento, é possível se comunicar por escrito ou por cartões simbólicos, usando qualquer combinação de movimentos faciais voluntários, como sorrisos, abertura da boca e piscar de olhos, além do giro horizontal, vertical e lateral da cabeça ou até toques da mão direto na tela do aparelho, mesmo que a pessoa tenha baixa coordenação motora fina. O aparelho se adapta a cada indivíduo rapidamente e converte esses gestos em frases vocalizadas, redação de textos, navegação em aplicativos e até controle de jogos.
Também é possível usar o Conversia para controlar dispositivos inteligentes, como Smart TVs, lâmpadas e tomadas, usar aplicativos de forma acessível e até mesmo controlar outros aparelhos como computadores e celulares, sempre se valendo do repertório de movimentos voluntários que cada pessoa for capaz de realizar com baixo esforço.
O aparelho conta com inteligência artificial avançada para acelerar a predição das frases escritas e para a criação e sugestão automática de cartões de comunicação alternativa baseadas no vocabulário do próprio utilizador. Ele foi concebido para auxiliar pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica, sequelas de AVC, paralisia cerebral, Atrofia Muscular Espinhal, lesão muscular, além de acometimentos como o Autismo não verbal e outras situações que comprometam a oralização, como traqueostomias.
Elaine Luzia dos Santos, de 34 anos, primeira estudante do Brasil a se formar em medicina após perder a fala, os movimentos dos braços e a capacidade de andar, é também uma das primeiras pessoas a testar a nova tecnologia. Hoje, ela ainda se comunica com as pessoas à sua volta por meio de uma prancha de letras rudimentar, percorrida manualmente por um parceiro de comunicação. “Muito obrigada por pensarem em mim e nas pessoas que precisam”, escreveu após ser convidada para experimentar o sistema.
Do Brasil para o mundo
Após a Reatech, Adriano Assis e a equipe da Colibri embarcam para a Califórnia (EUA), onde representam o Brasil na final da Copa do Mundo das Startups (SWC, na sigla em inglês), em novembro. A SWC uma competição global que reconhece as melhores startups de todo o mundo.
A competição anual é distribuída em etapas regionais, realizadas em cada país, e uma etapa global, onde as startups têm a oportunidade de apresentar seus projetos para uma plateia de especialistas, além de competir entre si em busca do prêmio final, um investimento de 1 milhão de dólares. |