O mundo corporativo tem se mostrado ainda bastante hostil quando o assunto é inclusão das pessoas com deficiência. No desespero de cumprir com as cotas obrigatórias, as empresas têm se esquecido que não se trata apenas de contratar uma pessoa nessa condição para cumprir com a Lei. É preciso promover uma cultura inclusiva que vai além dos protocolos legais.
No segundo dia do Congresso Reatech, os visitantes puderam conferir o painel Questões Essenciais para Mensurar a Maturidade em Acessibilidade nas Empresas. Entre os convidados estava Marco Pellegrini, membro do conselho administrativo da AME (Associação dos Metroviários Excepcionais). Tetraplégico desde 1991, Marco sabe os desafios encontrados no mercado de trabalho e destaca os três principais obstáculos a serem atravessados pelas empresas para promoverem uma acessibilidade verdadeira.
“Primeiro, as empresas precisam sim abrir vagas, mas também precisam abrir oportunidades para que as pessoas com deficiência ocupem cargos de liderança. O segundo ponto é entender que existem outras alternativas para se chegar aos mesmos resultados, por isso é preciso desmistificar o uso das ajudas técnicas e da cultura das empresas nos protocolos de como executar as tarefas. E, por fim, saber que acessibilidade vai muito além das normas da ABNT. Elas são o mínimo. É preciso olhar para a necessidade específica de cada pessoa com deficiência para fazer as devidas adaptações”, explica.
Participaram também do painel Claudia Valeriano, gerente nacional de treinamento do Subway, Samuel Hugo Lima, desembargador e presidente do TRT-15, e Thiago Teba Pereira, diretor geral do Instituto Adimax. A conversa foi mediada por Marcelo Pires, CEO da Consolidar.